O que eu vi em traços Gerais?
- Excelente entrada do México em jogo. Trinta minutos onde dois momentos do jogo foram a base para a superioridade e para a colocação de problemas á seleção Brasileira;
-Momento após recuperação de bola, onde as saídas em transição eram desenvolvidas de uma forma rápida e em profundidade, tendo como palavra-chave, chegar o mais rapidamente á baliza possível. Interessante perceber que quando tal fator não era a melhor opção, a tomada de decisão direcionava-se para a posse e construção de ataque organizado, permitindo o México jogar com bola, mantendo-se confortável no jogo (mesmo não criando praticamente oportunidades a partir de ataque organizado);
- O outro momento do jogo determinante para esta entrada forte do México foi a pressão alta com as linhas muito juntas. Colocando problemas ao Brasil na sua primeira fase de construção. Este aspeto permitiu que o jogo se mantivesse grande parte destes 30 minutos longe da baliza do México. Brasil á procura de soluções e México totalmente dentro do seu plano de jogo;
- A vertente comportamental é essencial para uma aplicação adequada de qualquer plano de jogo. Falei de linhas altas do México e que esse aspeto foi determinante para o ascendente nos primeiros 30 minutos. É um facto! Porém, temos um fator que tem de ser obrigatoriamente integrado neste momento do jogo. A intensidade e entreajuda dos jogadores do México. Este fator, que é um claro plus na aplicação de qualquer estratégia, só é possível com total alinhamento de objetivos coletivos quer de resultado (o que queremos alcançar), como de desempenho (como fazer para alcançar). É aqui que se coloca o fator comportamental… no plano, no processo de treino. Estes fatores não podem ser só falados! Têm de ser falados, treinados e transferidos para a competição;
- Crescimento do Brasil nos últimos 15 minutos da primeira parte. Com um aproveitamento quase exclusivo do seu corredor esquerdo. Com Marcelo e Neymar a crescerem com o jogo e a desenvolverem o que de mais simples e eficaz há em qualquer desporto. Rapidez de execução e passe e corte;
- Segunda parte com ascendente do Brasil e um claro decréscimo de rendimento por parte do México. Que já não conseguia aplicar a sua primeira zona de pressão forte, permitindo uma saída relativamente fácil por parte do Brasil e a sua construção de jogo, onde mais gosta… no meio campo adversário. Paulinho a construir, William e Neymar a desequilibrar… subidas constantes dos laterais e Gabriel Jesus a segurar bem de costas para a baliza. Brasil cresceu e México caiu claramente de produtividade;
- Os golos acabaram por surgir com naturalidade, e o jogo manteve-se com um ascendente constante do Brasil, tanto com bola como no momento em que não a tinha. O México tentou reagir, mas sempre fora dos princípios que os levaram ao sucesso na fase inicial do jogo;
- Uma fantástica estratégia do México que se diluiu com o tempo e com a história do jogo, sobrepondo-se o talento individual e a organização e racionalidade que este Brasil tem consolidado neste mundial. Uma equipa com controlo emocional e que não se deixa precipitar, nem entrar em desconcentrações com o decorrer do jogo… estando em momento de dificuldade ou de controlo no jogo;
- Destaque para Neymar. É positivo ver um Neymar orientado predominantemente para os objetivos coletivos. Vi-o assistir mas também o vi a recuperar bolas e a dar a jogar. São comportamentos que denotam que na forma atual em que se encontra… é através da equipa e do todo, que poderá conseguir alcançar o sonho do Mundial;
- William! Que velocidade com bola, parece que percorre o campo com uma ou duas rotações a mais que os seus adversários. Essencial para criar desiquilibrios no adversário;
- Ganhou o talento individual do Brasil, mas também a organização e controlo! Fica pelo caminho uma das boas seleções deste Mundial. Quando está "dentro" do jogo, este México é grande;
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