Enquadramento:
Impossível não enquadrar um jogo com a cultura dos países que nele participam. Com os seus costumes, os seus hábitos, a sua forma de agir e reagir ás situações, enfim, a sua forma de viver, abordar e se adaptar aos contextos!
Perante isto esperava-nos uma Polónia onde é habitual ver o seu bloco bem definido, um controlo de ritmos de jogo e a explorar a sua referencia, o ponta de lança Lewandovski… plano e abordagem comportamental mais racional, de maior controlo. E do Senegal? Pensamos sempre em velocidade, em jogo físico, em criatividade e verticalidade no sentido da baliza, mas onde por vezes falta lucidez e razão para definir bem as ações.
O que vi eu em traços gerais?
- Na fase inicial Polonia com mais bola, com controlo dos ritmos do jogo, colocando-o predominantemente baixo. Sentia-se sempre uma tendência para explorar os corredores laterais para procurar Lewandovski. Senegal a deixar a Polonia jogar na primeira fase de construção e a tentar sair em ataques rápidos… quase nunca bem definidos (a tal influencia das emoções na tomada de decisão). Em suma jogo amarrado. Até que surge o catalisador do desporto coletivo. O golo.
- 1-0 para o Senegal que deixa a equipa confortável e a passar vários minutos em ataque organizado. Após perda a Polonia não conseguia sair a jogar. Sentiu o golo e precisava do intervalo. Impressionante como o Golo esse fator de depressão e euforia altera a história mesmo quando falta tanto tempo para o apito final. A Polónia precisava do intervalo para avaliar a primeira parte e teve-o.
- Inicio da segunda parte e um ajuste tático (3 centrais e subida dos laterais) que facilitou a saída da Polónia, criando uma inadaptação á mudança por parte do Senegal… maior instabilidade por parte destes e estabilidade e controlo com as ações de sucesso que se sucediam para a seleção Polaca. Porém num lance caricato surge o 2-0 para o Senegal e foi como um murro para a Polónia. Quebra de intensidade, circulação mais lenta e erros não forçados, fizeram com que o Senegal se sentisse confortável com o processo e o cenário de vantagem.
- Mesmo assim numa bola parada a Polónia reduz mas o destaque que dou é para a capacidade que o Senegal teve de aguentar os últimos minutos dentro do plano de jogo… direcionado para o que era preciso fazer… mantiveram a posse longe da baliza em quase todo esse cenário de jogo final… o que revelou uma antecipação e direção para a tarefa… algo que nem sempre se vê nas fases finais dos jogos para quem tem um golo de vantagem.
Temos jogos interessantíssimos neste grupo, e que grande segunda ronda que aí vem!
Quanto a este jogo levou a melhor a velocidade, os processos simples e o impacto fisico. Mas ganhou também quem melhor se adaptou á história que o jogo foi escrevendo.
Comentários
Enviar um comentário